Após anúncio da gestão do Hospital Regional, prefeito defende atendimento 100% SUS

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Obra foi entregue em setembro de 2016 e até agora não recebeu pacientes/

Após a confirmação, por fontes ligadas ao governo do Estado, do nome da instituição que fará a gestão do Hospital Regional, o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom (PSDB) se manifestou oficialmente: 

Gestão do Hospital Regional será feita pelo Instituto de Cardiologia

- Primeiro, a coisa mais importante é que o Estado vai ter a segurança jurídica que eu sempre falei, em função do parecer da PGE (o governo aguarda um parecer técnico da Procuradoria Geral do Estado sobre a viabilidade legal de a gestão do Regional ser feita por uma instituição sem fins lucrativos). O Instituto de Cardiologia tem um histórico maravilhoso no Estado, tem uma história na área de saúde que transcende Porto Alegre e se, de fato, for esse o instituto escolhido pelo governo para fazer a gestão, nós não temos dúvida que vamos poder fazer um trabalho de maneira conjunta. Assim que for anunciado o gestor, nós vamos anunciar também um grande convênio entre a instituição e a prefeitura de Santa Maria - comentou Pozzobom.

Em dezembro passado, o prefeito foi a primeira autoridade a afirmar que a gestão seria feita por uma instituição da região metropolitana sem fins lucrativos. Pozzobom ressaltou ainda  que o atendimento tem que ser 100% SUS, que algum serviço precisa ser aberto ainda neste ano e que a prefeitura vai estar à disposição, inclusive, se for necessário, repassará dinheiro para ajudar, neste primeiro momento, a abrir o Hospital Regional.

Na tarde desta terça-feira, o Diário procurou a assessoria de comunicação do Instituto de Cardiologia, que respondeu, por e-mail, que "a instituição não tem nada a declarar sobre este assunto".  

Até o começo da manhã desta quarta-feira, o governo do Estado não tinha anunciado oficialmente o nome do Instituto de Cardiologia.

QUASE 500 DIAS FECHADO
O prédio do Regional foi entregue em setembro de 2016 e, desde então, segue fechado. Conforme o acompanhamento do Diário de Santa Maria, são 484 dias sem receber pacientes.

• A obra concluída a um custo de R$ 70 milhões, foi entregue ao Estado no dia 19 de setembro de 2016
• O Plano Operativo elaborado por técnicos do grupo Sírio Libanês, de São Paulo, ficou pronto em julho de 2017 e trouxe avaliações técnicas sobre a estrutura física, a viabilidade  econômica e financeira do hospital, aponta as despesas necessárias com equipamento e mobiliário e também faz uma análise do modelo assistencial
• Ainda no fim de novembro do ano passado, o secretário adjunto de Saúde do Estado, Francisco Paz, afirmou que a obra do Hospital Regional foi entregue "inconclusa e com problemas"
• Enquanto o hospital não funciona, o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) é a única porta de entrada para pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de 45 municípios das regiões Central e Fronteira-Oeste